SINTAXE
A palavra sintaxe
significa, etimologicamente, “ordenação”, “disposição”, “organização” e tem
sido entendida como o conjunto das propriedades das estruturas que estão
subjacentes aos enunciados existentes (ou possíveis) numa dada língua
particular e a descrição dessas estruturas.
Vilela (1999: 277)
De acordo com Dubois (1993:55) sintaxe
é a parte da gramática que descreve as regras
pelas quais se combinam as unidades significativas em frases; a sintaxe,
que trata das funções , distingue-se tradicionalmente da morfologia, estudo das
formas ou das partes do discurso, de suas flexões, da formação das palavras ou
derivação. A sintaxe, às vezes tem sido confundida com a própria gramática.
Outras definições de sintaxe são-nos
dadas por Abraham (1981:426), quando afirma que, num sentindo mais estrito,
(sintaxe) é a disciplina (...) que se ocupa da relação que os signos
linguísticos estabelecem entre si; em sentido mais geral, tradicional, é o
estudo da oração. O mesmo autor, citando Ivic (1971:178), acrescenta que a
sintaxe estuda a relação mútua dos signos num sistema dado
exclusivamente com meios de análise formal, (sem ter em consideração o
significado).
Tentando resumir o conteúdo das
definições até aqui consideradas, podemos afirmar que a sintaxe é a parte da
gramática que estuda a estrutura das frases. Aliás, esta ideia é reforçada por
Rodman & Fromkin (1993:217), quando afirmam que saber uma língua
significa também ser capaz de juntar palavras formando frases que exprimam o
nosso pensamento. A esta parte do conhecimento linguístico que diz respeito à
estrutura das frases chama-se sintaxe.
Convém-nos, nesta fase, definir alguns
conceitos básicos e necessários para a abordagem da sintaxe, tais como proposição,
frase e enunciado.
Proposição: é o núcleo da frase de base. Em gramática
tradicional, proposições (ou orações) são frases elementares cuja reunião por
coordenação ou subordinação constitui a frase efectivamente realizada.
Por outras palavras, a proposição exprime
um estado de coisas – real ou imaginário,
concreto ou abstracto – que se pode definir como uma relação («comprar», «estar») entre
objectos («rapaz» e «livro»; «rapaz» e «cinema») - <comprar, rapaz,
livro>, <estar, rapaz, cinema> - ou como uma propriedade («(ser)
simpático») que caracteriza um objecto («rapaz») - <(ser), rapaz,
simpático>.
A sequência que deriva de uma
proposição ou é uma frase ou um enunciado.
Frase: citando Dubois (1993:292) em gramática
tradicional, a frase é uma reunião de palavras que formam um sentido completo,
distinta da proposição pelo facto de aquela poder conter várias proposições.
Vilela (1999:288) acrescenta ainda que a frase configura numa proposição, um
dado estado de coisas e ocorre num texto, transformada em enunciado ou em parte
de um enunciado.
Enunciado: refere-se a uma sequência linguística cujos
valores das categorias que o afectam – número, género, caso, tempo, aspecto,
quantificação, determinação – permitem localizar o estado de coisas
expresso pela proposição.
Os enunciados se caracterizam pelo
facto de serem verdadeiros ou falsos; nas línguas naturais se expressam,
normalmente, por meio de frases declarativas.
Segundo Duarte & Brito (1996:246),
a reacção dos falantes perante certos erros de tradução, ou produções de
falantes que dominam mal a língua alvo, bem como a atitude correctiva que
assumem em situação de interacção com crianças em fase de aquisição da língua
são indícios da pluralidade de aspectos envolvidos no conhecimento sintáctico
intuitivo dos falantes.
(1) *As geladas ervilhas rebolaram pelo
chão.
(do inglês: «the frozen peas...»)
(2) *Lamento que ela está muito triste.
(3) *Mãe, dá-me o pente para mim pentear a
boneca.
O exemplo (1) ilustra um dos aspectos
mais óbvios da organização sintáctica das línguas naturais. As combinações de
palavras são linearmente ordenadas, não sendo irrelevante dizer
«geladas ervilhas» ou «ervilhas geladas».
O exemplo (2) mostra que faz parte do
conhecimento intuitivo que um falante tem da sua língua o das dependências
locais (léxico-sintácticas); o verbo “lamentar” selecciona como modo
verbal do seu complemento finito o conjuntivo (e não o indicativo).
O exemplo (3) mostra que faz parte do
conhecimento sintáctico intuitivo o das relações gramaticais e
dos processos da sua marcação: em línguas como o português, o constituinte com
a relação gramatical de sujeito é marcado com o caso[1]
nominativo (e não com casos oblíquos).
GRAMATICALIDADE E AGRAMATICALIDADE
Nos exemplos até agora considerados,
intervêm juízos de gramaticalidade: com base no conhecimento
intuitivo que têm de uma língua, os falantes podem decidir se uma dada
combinação de palavras pertence à língua ou é ilegítima.
Qualquer falante de uma língua, que
possui a gramática de sua língua, é capaz de emitir juízos de gramaticalidade
sobre os enunciados que ouve. Ele pode dizer se uma frase feita de palavras de
sua língua está bem formada, com relação a regras da gramática que ele tem em
comum com todos os outros indivíduos que falam essa língua (= norma linguística);
essa aptidão pertence à competência dos falantes, não depende nem da cultura,
nem do grupo social do falante.
As frases que obedecem às regras
sintácticas da língua, isto é, que estão em conformidade com a chamada língua
norma (padrão/standard) chamam-se frases gramaticais (vide (4));
e as que não obedecem às regras sintácticas chamam-se agramaticais e
são assinaladas por um asterístico (*), (vide (5)).
(4) O menino gosta de chocolate.
(5) *Gostar chocolate o menino.
Como se pode notar, a gramaticalidade
de uma combinação deriva apenas da sua conformidade aos padrões de organização
sintáctica característicos de uma dada sincronia linguística.
ACEITABILIDADE DAS FRASES
Ser gramatical e ser agramatical
distingue-se de ser ou não aceitável. Muitas frases gramaticais
são sentidas como pouco «naturais» ou consideradas difíceis de processar, sem
contudo serem julgadas como mal formadas sintacticamente pelos falantes
(6) O rapaz a quem a Maria viu na festa é meu colega.
(7) Que ele tenha recebido a notícia sem pestanejar e que
Maria também o tenha feito surpreendeu os colegas.
Pelo contrário, em muitos casos, os
falantes consideram aceitáveis combinações de palavras não conformes aos
padrões de organização sintáctica da variante dominante.
(8) *Haviam muitas pessoas na festa.
(9) *Obriguei-lhes a mostrarem-me as fotografias.
AMBIGUIDADE
A ambiguidade é a propriedade de certas frases
realizadas que apresentam vários sentidos. A ambiguidade pode ser do léxico,
quando certos morfemas léxicos (palavras) têm vários sentidos.
A ambiguidade pode advir do facto de que a frase
tenha uma estrutura sintáctica susceptível de várias interpretações.
Consideremos a frase:
(10)
As
bibliotecas de História e Geografia inglesas são óptimas.
Os falantes do português atribuem-lhe
duas interpretações possíveis:
(10) (a) As
bibliotecas inglesas de História e Geografia são óptimas.
(b) As bibliotecas especializadas em
História e Geografia Inglesas são
óptimas.
Repare-se que a ambiguidade da
frase (10) não se deve a razão de natureza lexical ou semântica. Com efeito
esta frase é ambígua devido a factores de natureza estrutural (ou sintáctica). As
ambiguidades sintácticas[2]
devem-se ao facto de que a mesma
estrutura de superfície sai de duas (ou mais de duas) estruturas profundas
diferentes.
Para Duarte & Brito (1996:249), a
possibilidade de atribuir várias estruturas a uma mesma combinação de palavras constitui um argumento
a favor da ideia de que as combinações de
palavras, para alem de uma organização linear, são dotadas de uma estrutura
hierárquica (ou de constituintes).
PARÁFRASE E NÃO PARÁFRASE
Falamos de paráfrases quando nos
referimos a duas frases que possuem a mesma interpretação.
De acordo com Fromkin & Rodman
(1993:221) o conhecimento sintáctico está também subjacente à nossa capacidade
de determinar se duas frases são paráfrases. Os falantes de português estão
geralmente de acordo se estas frases são ou não paráfrases:
PARÁFRASES
O cão mordeu o menino.
É o cão que mordeu o menino.
O menino foi mordido pelo cão.
|
NÃO PARÁFRASES
O cão mordeu o menino.
É o menino que mordeu o cão.
O cão, o menino mordeu..
|
[1] Aqui só fazemos uma simples alusão aos casos
nominativo e oblíquo. Porém, a teoria de caso será aprofundada na cadeira de Linguística
Descritiva do Português II, no 3.º ano.
[2] Dubois (1993:45) considera que a ambiguidade
sintáctica também pode designar-se de homonímia de construção.
Porque intuitivamente conhecemos a
sintaxe portuguesa, sabemos como se relacionam as diferentes partes de uma
frase, isto é, quem faz o quê a quem. São estas as relações
gramaticais de uma frase e mostram-nos como os elementos de uma frase
funcionam, quer de ponto de vista gramatical, quer sintáctico.
De tudo quanto se disse anteriormente,
podemos concluir que as regras sintácticas (conhecimento sintáctico intuitivo)
nos permitem produzir e compreender um conjunto infinito de frases nunca
anteriormente produzidas ou ouvidas, isto é, são a base da criatividade
linguística.
Em síntese, diríamos que o
conhecimento sintáctico intuitivo deve explicar:
(a)
a
gramaticalidade das frases;
(b)
a ordem de
colocação de palavras e morfemas;
(c)
as
ambiguidades estruturais;
(d)
que algumas
frases podem ser paráfrases de outras;
(e)
a função
(relação) gramatical de cada uma das partes da frase;
(f)
a capacidade
de produzir e compreender um conjunto infinito
de frases possíveis.
ESTRUTURA DE CONSTITUINTES
A ideia básica da sintaxe é a de que
as orações estão dotadas de uma
estrutura interna que se rege por princípios de hierarquia e linearidade.
Isso equivale a conceber a frase como
resultado de combinar, em níveis distintos, unidades sintácticas inferiores (os
constituintes).
Segundo Hernanz & Brucart (1987:26) se a frase
fosse uma mera justaposição de palavras, o vínculo que manteria entre si todas
as unidades léxicas que a formam seria idêntico. O que equivale a dizer que
não haveria nenhuma estrutura.
Assim, as regras da sintaxe determinam
a ordem correcta das palavras numa frase. As palavras dentro de uma frase podem
ser divididas em dois ou mais grupos e dentro de cada grupo em subgrupos, e
assim, sucessivamente, até ficar apenas uma única palavra. Os grupos e
subgrupos constituem agrupamentos “naturais” de palavras.
Tomemos como exemplo a frase:
(1) O mecânico limpou o automóvel com um pano.
Na frase em (12), as palavras o e
mecânico juntam-se para formar um grupo hierarquicamente superior (o
mesmo acontecendo com o automóvel e um pano). A palavra com
e a sequência um pano, por sua vez, formam outra unidade de nível
superior. O verbo limpou e as duas sequências o automóvel e um
pano formam a sequência limpou o automóvel com um pano, hierarquicamente
superior aos seus elementos constituintes. Finalmente, os grupos o mecânico
e limpou o automóvel com um pano formam a sequência estruturalmente mais
elevada, isto, é , a frase.
A organização de uma frase em grupos
hierárquicos complexos construídos por uma inclusão sucessiva de
elementos de nível inferior em grupos maiores, começando pelos itens lexicais,
chama-se estrutura de constituintes.
A estrutura de constituintes de
qualquer combinação de palavras pode representar-se de várias maneiras: caixa
de Hockett, parentetização e diagrama em árvore (ou árvore sintagmática).
Assim, usando a caixa de Hockett, a estrutura da frase em (12) é representada
da seguinte maneira.
(2)
o
mecânico limpou o automóvel com um pano
o mecânico limpou o automóvel com um
pano
o mecânico limpou o automóvel com um pano
o automóvel com um pano
um pano
Transformando o diagrama obtido, numa
árvore (invertida), teríamos o seguinte:
(3)
F
SN SV
Art N V SN SP
Art
N Prep SN
Art N
o mecânico
limpou o automóvel com um pano
O diagrama em (14) denomina-se árvore
(de estrutura) sintagmática. Em cada ponto em que a árvore se ramifica
há um grupo de palavras que formam uma parte de um constituinte estrutural Para além
de mostrar a ordem linear das palavras e outras partes estruturais da frase,
uma árvore de constituintes apresenta uma estrutura hierárquica.
As árvores de constituintes podem ser
usadas para, em certos casos, explicitar certas construções que se consideram
ambíguas.
CATEGORIAS SINTÁCTICAS E CATEGORIAS LEXICAIS
Num diagrama em árvore, certos
constituintes podem ser substituídos por outros sem afectar a gramaticalidade
da frase (embora o significado possa ser alterado). Os constituintes que podem
substituir-se mutuamente sem afectar a gramaticalidade da frase formam uma categoria
sintáctica (categoria sintagmática, na esteira de Chomsky, 1957).
Como se sabe, as palavras de uma
língua podem ser classificadas num número finito de categorias lexicais
(ou classes de palavras). As categorias lexicais principais são:
o substantivo ou nome (N), o adjectivo (A/Adj),
o verbo (V), a preposição (P/Prep) e o advérbio
(Adv), que são os elementos centrais (categorias lexicais centrais)
das categorias hierarquicamente superiores, o Sintagma[1]
Nominal (SN), o Sintagma Adjectival (SAdj), o Sintagma Verbal (SV),
o Sintagma Preposicional (SP) e o Sintagma Adverbial (SAdv), respectivamente.
Assim, uma árvore sintagmática revela
basicamente três aspectos que existem na estrutura da frase:
(a)
a ordem
linear das palavras;
(b)
o agrupamento
das palavras em constituintes estruturais;
(c)
a categoria
sintáctica de cada constituinte estrutural.
Se tomarmos como exemplo a frase (12),
diríamos que a frase é constituída por dois constituintes estruturais: um SN
o mecânico e um SV limpou o automóvel com um pano. E que o
SV é constituído por três constituintes estruturais: um limpou, o
SN o automóvel e um SP com um pano, e assim por
diante.
Como se pode notar, um constituinte
inclui todos os constituintes mais pequenos que se encontram abaixo de si na
árvore. Cada ponto da ramificação da árvore denomina-se nó. Uma árvore
de constituintes estruturais em cujos nós está representada a categoria
sintagmática de cada um dos constituintes denomina-se indicador
sintagmático, no qual podem ser visualizados os constituintes
imediatos de cada constituinte estrutural.
UM MODELO DE GRAMÁTICA
GENERATIVA
AS REGRAS SINTAGMÁTICAS
(REGRAS DE REESCRITA CATEGORIAL)
Denomina-se gramática generativa
à gramática que tem por objecto de estudo a descrição e a explicitação das
regras gramaticais que os falantes aplicam para produção e compreensão de um
número infinito de frases.
A formalização das regras da gramática
permite generalizações explícitas e ajuda-nos a pôr à prova os objectivos da
gramática.
As regras que determinam a estrutura
básica dos constituintes das frases denominam-se regras de estrutura
sintagmática. Estas regras enunciam o que compõe cada constituinte e
são capazes de gerar um número infinito de frases com a sua representação
estrutural.
É,
no entanto, importante observar que, cada regra sintagmática analisa a
construção dos constituintes imediatos. A construção analisada e os seus
respectivos constituintes encontram-se associados pela relação da reescrita (= ). Os constituintes apresentados no lado
direito da regra formam uma sequência linearmente ordenada através da operação
de concatenação. O constituinte único do lado esquerdo da seta
representa o nó do qual partem os nós assinalados do lado direito no diagrama
em árvore.
Nestas regras, as categorias
encerradas em parênteses curvos são facultativas na reescrita das regras, e
aqueles que figuram dentro de chavetas representam uma escolha alternativa.
Pensando na frase em (12) podemos ter
as seguintes regras de reescrita, dela
derivadas:
(4)
F SN
SV
SN Art N
SV V SN
(SP)
SN
Art N
SP
P SN
A primeira destas regras tem as
seguintes leituras:
(i)
Uma frase pode ser um sintagma nominal e um
sintagma verbal.
(ii)
Um sintagma Nominal seguido de um sintagma verbal é
sempre uma frase
Prestemos atenção à seguinte regra:
(5)
Diagrama do
SN
Art N
(SAdj)
SN
pro
As chavetas indicam que podemos
escolher tanto a linha de cima como a de baixo para o lado direito. Se optarmos
pela linha de cima, o constituinte entre parênteses pode estar presente ou
ausente
Diz-se que uma regra sintagmática é
recursiva sempre que o constituinte à esquerda da seta se repetir como um dos
constituintes à direita da seta.
Contudo, as derivações resultantes da
aplicação de regras sintagmáticas traduzem relações de precedência
e de dominação. Retomando o diagrama em (14), podemos afirmar
que:
(i)
O nó F
domina imediatamente o nó SN e o nó SV, uma vez que
é a ponta superior do ramo que tem como nós inferiores SN e SV e que nenhum nó
intermédio intervém entre F e SN e F e SV. F é o nó-mãe de SN e SV, SN e
SV são imediatamente dominados por F.
(ii)
SN e SV são nós-irmão,
uma vez que têm o mesmo nó-mãe; SN é o nó irmão à esquerda de SV, uma vez que precede
SV;
(iii)
F domina
não imediatamente V, uma vez
que entre F e V intervêm os Nós intermédios SV.
Quando um nó é a ponta superior de
mais do que um ramo, diz-se ramificante
A FUNÇÃO DOS CONSTITUINTES
Quando sabemos uma língua, conhecemos
não só os constituintes das frases, mas também o seu funcionamento na língua. É
aplicando esse conhecimento que conseguimos analisar sintacticamente as frases,
isto é, indicar a função sintáctica que cada um dos constituintes da frase
desempenha.
Consideremos as seguintes frases:
(6)
(a) O cão
mordeu o homem.
(b) O homem foi mordido por um cão.
(c) O João ama a Maria
(d) É a Maria que o João ama.
Tanto na frase (17a) como na frase
(17b) o sujeito lógico – o agente da acção - ´o cão, mas
em (17a) o cão é o sujeito
estrutural (o primeiro SN da frase mais alta), enquanto em (17b) o
sujeito estrutural é o homem. Portanto, há uma diferença entre o sujeito
lógico e o sujeito estrutural. O sujeito lógico é o quem, geralmente, ocorre numa
estrutura profunda (ou seja, na proposição de base), isto é,
antes de ocorrer qualquer tipo de transformação da ordem “natural” dos
constituintes frásicos. E o sujeito estrutural é o que ocorre numa estrutura
de superfície, o que se realiza num enunciado/frase concreta.
(17c) e (174d) são paráfrases com foco
diferente. Ao deslocarmos Maria da posição de complemento do verbo para a
primeira parte da frase, a nossa atenção foca-se em quem o João ama. Tal
processo pode servir também objectivos constrastivos em:
É a Maria que o João ama, e não a
Suzana.
Muitas frases podem ser perspectivadas
como se fossem divididas me tópico – de que se fala, (ou informação
antiga) – e comentário – o que se diz sobre o tópico (ou informação
nova). O tópico corresponde geralmente ao sujeito estrutural da frase.
Muitas línguas têm a tendência de posicionar o tópico no início da frase,
seguido da informação nova.
BIBLIOGRAFIA:
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Gredos, Madrid, 1981.
II.
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